Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)
É um transtorno de humor caracterizado pela alternância de episódios de depressão, mania ou hipomania. É uma doença crônica que acarreta grande sofrimento, afetando negativamente a vida dos doentes em diversas áreas, em especial no trabalho, no lazer e nos relacionamentos interpessoais. A alteração de humor se dá em períodos de tempo, pelo menos duas semanas de um comportamento para ser seguido da transformação ao outro, gerando instabilidade de pequeno, médio ou alto grau no paciente.
A idade média de surgimento do TAB encontra-se entre 17 e 21 anos (15), emergindo, portanto, nos anos formativos da vida de um indivíduo, o que causa impacto em seu desenvolvimento cognitivo e emocional e leva a dificuldades interpessoais, educacionais e financeiras, que podem ter repercussões para a vida toda.
As principais características para a síndrome maníaca, como é chamada uma forma da manifestação do transtorno, são:
- Exaltação do humor
- Aceleração do pensamento com fuga de ideias
- Aumento da atividade motora
Características associadas a essas são:
- Aumento de energia (com diminuição da necessidade de sono)
- Pressão e velocidade acelerada de fala
- Irritabilidade
- Paranoia
- Hipersexualidade
- Impulsividade
Já os episódios depressivos do TAB, em contraste direto com os episódios de mania, são geralmente caracterizados pela diminuição de quase todos os aspectos de emoção e comportamento, tais como:
- Velocidade de pensamento e fala
- Energia
- Sexualidade
- Capacidade de sentir prazer
O diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar deve ser feito por um psiquiatra através do estudo do comportamento do paciente em determinados períodos de tempo, considerando a duração e ocorrência dos episódios maníacos, hipomaníacos e depressivos.
A gravidade desses episódios pode variar consideravelmente. A intensidade, o tipo e a cronicidade desses sintomas determinam a subdivisão do diagnóstico entre mania ou hipomania.
Na hipomania, as alterações são mais moderadas e podem ou não resultar em sérios problemas para o indivíduo. Em episódios mais intensos, no entanto, elas comprometem profundamente a vida dos pacientes e de suas famílias. É a história prévia de um episódio maníaco ou hipomaníaco ao longo da vida que define o quadro depressivo como depressão bipolar.
Uma das razões para a dificuldade em se diagnosticar o TAB é o fato de que a ocorrência de sintomas depressivos é maior do que a de sintomas maníacos ou hipomaníacos durante o curso da doença, que frequentemente tem início com um episódio depressivo. Além disso, os pacientes tendem a buscar tratamento para sintomas depressivos com maior frequência do que para sintomas maníacos ou hipomaníacos, que muitas vezes não são prontamente reconhecidos.
O tratamento visa procurar atingir melhorias em curto e longo prazo, a fim de diminuir o impacto da doença.
O tratamento do transtorno afetivo bipolar é feito principalmente com medicação, pois geralmente o humor instável está relacionado a desequilíbrios eletroquímicos no cérebro que necessitam de medicamentos para serem tratados.
Os medicamentos mais prescritos são estabilizadores de humor e antidepressivos, que não devem ser tomados sem prescrição e sem acompanhamento, pois podem desencadear novos episódios.
A psicoterapia também pode auxiliar no tratamento, fazendo o acompanhamento dos efeitos dos remédios e ensinando técnicas para lidar com a alteração de humor.
A identificação precoce do transtorno e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico.
Fonte e mais informações: Ministério da Saúde e Instituto de Psiquiatria do Paraná